sexta-feira, 21 de abril de 2017

DEZ VERDADES PARA NÃO CONTAR UMA MENTIRA.

DEZ VERDADES PARA NÃO CONTAR UMA MENTIRA.
Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros. Efésios 4:25

       Ultimamente virou uma febre no facebook o desafio de adivinhar qual mentira foi contada em uma lista de nove, dez ou mais verdades ditas. Aparentemente não há nenhum mal, e creio que alguns cristãos sinceros que odeiam mentiras não têm visto mal algum nessa brincadeira não é meu propósito julgá-los, mas tão somente abordar a questão da mentira em si. Algo semelhante, ou mais claramente danoso acontece no dia primeiro de abril, chamado o dia da mentira, muitas pessoas brincam de mentir e enganar os outros. Não estou querendo ser sensacionalista e nem tampouco legalista, todavia por acreditar que a mentira é um mal em si mesmo apresento nesse texto dez razões para um cristão não contar uma mentira, mesmo que seja por brincadeira; não desejo com isso descredenciar a fé de ninguém e nem tampouco procuro dá uma resposta a alguém, antes esse texto brota do desejo sincero de demonstrar que há grande mal em brincar de mentir.

1. Deus é o Deus da verdade. Poucas coisas são tão opostas ao Deus Santo e Verdadeiro quanto a mentira; a Escritura afirma que ELE não pode mentir [Tt 1.2] é óbvio que isso não se dá por impotência, mas porque é oposto à sua natureza. Ademais, a Bíblia fala que mentira alguma se achou na boca do Deus Filho e que o mesmo é a Verdade Encarnada [Ap 14.5; Jo 14.6]; e o Espírito Santo é chamado o Espírito da Verdade [Jo 14.16,17; 16.3].

2. Deus odeia a mentira, aborrece os que proferem mentiras e vai destruir os mentirosos [Sl 5.6; 6.16-19; Ap 21.8,27; 22.15;]. A Mentira é um pecado, e todo pecado é, e será, tratado com manifestação infinita de Juízo, ou no calvário, ou no inferno. Não tem meio termo. Uma “simples mentira”, mesmo que por brincadeira é suficiente para acender um inferno inteiro. Um pecado simples, é ainda, uma ofensa contra um Deus infinito e requer uma punição infinita. Não é sem razão que o sábio diz que brincar de mentir é agir como louco que joga fogo, flechas e morte [Pv. 26.18-19].

3. Cristo foi punido com sofrimento e morte por causa da mentira. É óbvio que ele não mentiu, mas foi com a mentira nos lábios que os poderosos da época condenaram Cristo como um criminoso, mesmo ele sendo inocente. Além do mais, Jesus sofreu e morreu por todos os pecados dos eleitos, o que inclui cada mentirinha contada por eles, e mesmo sobre elas o calor da ira divina sem arrefecer continuou incidindo com toda fúria sobre o Deus Filho. Você entende? Nossas mentiras foram punidas no Salvador, por isso mentir é insultá-lo e fazer pouco caso do seu sacrifício [Is 53,10-12; 2Co 5.21; Mt 27.46; Hb 10.29].

4. A Mentira é contrária a graça. As Escrituras afirmam que os crentes foram chamados não para a escravidão, mas para a liberdade [Gl 5.1; Rm 8.15], por isso não ter o desejo de divorciar-se completamente da mentira é querer sempre ter um pé na escravidão. Embora não tenha como um Cristão antes da glorificação do corpo viver sem pecado, é uma tolice não desejar uma liberdade total. Mentir voluntariamente é amar o cativeiro do pecado de alguma forma. É ignorar a graça abundante que não apenas liberta o pecador da condenação, mas também progressivamente o liberta do poder do pecado. Contudo aquele que foi justificado odeia a palavra de mentira [Pv 13.5].

5. O Cristão foi regenerado para viver em santidade que é procedente da verdade. A Escritura é clara quando diz que aquele que está em Cristo deve “se revestir do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da VERDADE” [Ef 4:24]. O Compromisso com a verdade é uma característica peculiar daqueles que estão sendo santificados.

6. O Diabo é o pai da mentira. Pouca coisa é tão peculiar a Satanás quanto a mentira, a Escritura afirma que é próprio dele o mentir [Jo 8.44]. Enquanto falar a verdade é assemelhar-se a Cristo que é a Verdade, mentir é assemelhar-se ao Diabo que é o pai da mentira. Brincar de mentir é como brincar de parecer-se com o Diabo, digo isso para ninguém pensar que tem menos peso.

7. Os ímpios amam a mentira, esta lhes é peculiar, até mesmo porque são filhos do Diabo e por natureza caída vivem de acordo com os rudimentos do seu pai [Sl 7.14]. Para um Cristão genuíno, mentir é relembrar e reviver uma vida de escravidão e condenação, da qual ele foi liberto e para a qual não deseja voltar, por isso a mentira deve ser recusada, mesmo que seja por brincadeira.

8. Há um imperativo para falar a verdade. Além de todas as razões dadas para um cristão não mentir, há uma proibição clara e objetiva, pois a Escritura ordena claramente que aqueles que estão em Cristo não devem mentir, antes devem falar tão somente a verdade [Efésios 4.25].

9. Mentir é um pecado que ofende diretamente o Espírito Santo que também é chamado de “O Espírito da Verdade”. Além do mais, é dito não somente que ELE habita no Cristão, como também tem a função de guiar esse mesmo cristão a toda verdade. [Ef 4.30; Jo 16.13; Rm 8.9]. Alguém que deseja ter uma vida guiada pelo Espírito e sem entristecê-LO, deve abominar toda e qualquer mentira.

10. O Cristão é chamado ao zelo. É sabido que o eleito não será perfeito antes da consumação, todavia o chamado é para perfeição e ao zelo. A Graça não é barata e nem tampouco ineficiente, pois por meio dos méritos de Cristo, graciosamente o cristão deve buscar cumprir a lei à risca, pois para isso ela foi ordenada [Sl 119.3], logo não há espaço para brincar de mentir, antes o Cristão diz como o Salmista: “_ abomino e detesto a mentira, porém amo à tua lei” [Sl 119.163]; e uma vez entendido que os salmos são a mente do Redentor e é fato que Ele nunca mentiu, o cristão abominará e odiará com mais vigor ainda a mentira, pois para isso também foi redimido, isto é, para imitar o seu SENHOR.

         A súmula de tudo é: Mentir é pecado mesmo que por brincadeira. Que o SENHOR nos conceda a graça de amar sempre a verdade, repudiando a mentira.
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SOLA GRATIA!


Por Paulo Ricardo D. Ferreira

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

NATAL VERSUS DIA DO SENHOR, OU; QUANDO A TRADIÇÃO É MAIS IMPORTANTE QUE O MANDAMENTO DE DEUS.


Jeitosamente rejeitais o preceito de Deus para guardardes a vossa própria tradição. – Jesus Cristo. [Mc 7.9]

O natal está chegando, tudo está muito bonito e decorado, piscas-piscas bem distribuídos pela casa e, também, em uma árvore nova que já se encontra bem ornamentada na sala, enquanto na cozinha o peru e o pernil de porco que já foram temperados estão prontos para ir ao forno para a tão esperada ceia de natal; um excelente vinho já foi comprado e acrescentado à adega, e os refrigerantes já estão todos no freezer ou na geladeira; os amigos e parentes distantes já chegaram; quem passa pelas ruas certamente escutam os risos de alegria no interior da casa, tudo parece mágico ou como um sonho encantado. Para completar, o natal cairá em um domingo, certamente o culto será diferente, mais atrativo, as músicas deverão seguir o mesmo tema, assim como o sermão que também será mágico, afinal, o eloquente pastor escolherá uma passagem que fale da encarnação do verbo mantendo a sincronia com quase todos os púlpitos cristãos quer sejam católicos ou protestantes estabelecendo voluntária e despretensiosamente um lindo ecumenismo onde todos terminarão o dia certamente mais leves e felizes levando apenas uma nostalgia que alimenta o anseio de um natal ainda melhor no ano seguinte.

Uau! O que poderia haver de mais cristão do que isso? Aliás, quem poderia ser contra o natal? Um dia que permite ou produz tantas coisas boas certamente deve ser mantido para o bem das famílias e da sociedade, e apenas mentes doentes, pessoas fanáticas e perturbadas seriam tolas suficiente em apontar males e pecados nessa celebração. Não é mesmo? Alguém se arriscaria?

Então, apesar da difícil tarefa, é possível não ser mentalmente doente e nem perturbado em fazer frente contra a celebração do natal, principalmente quando um dia mais nobre, mais encantador e de maior deleite é inferiorizado por ocasião dessa celebração. Na realidade o natal é que deveria se tornar assustador e monstruoso quando se entende que ele rouba o esplendor do único dia que o SENHOR tornou santo. Sim, há um dia de deleite e prazer finíssimo no SENHOR, e esse dia não é o natal.

Sabe quando uma tradição se torna mais importante que um mandamento? Acho que você já deve ter lido isso na Escritura, então, o natal é uma tradição que tem todo ano roubado o brilho e se tornado mais importante do que um mandamento, para isso é importante que você medite comigo no seguinte texto:

“Respondeu-lhes: Bem profetizou Isaías a respeito de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens. Negligenciando o mandamento de Deus, guardais a tradição dos homens. E disse-lhes ainda: Jeitosamente rejeitais o preceito de Deus para guardardes a vossa própria tradição. ” (Marcos 7.6-9)

O foco desse texto é apenas mostrar como uma tradição humana acabou tomando o lugar de um mandamento dado por Deus, eu preciso antes esclarecer que eu não pretendo mostrar que o natal é errado de forma abrangente, isso eu já fiz em outro texto que embora pronto, será divulgado apenas no ano que vem. Meu foco aqui é apenas na relação do natal com o Dia do Senhor, em como a celebração natalina ofende a Deus por rivalizar com o Santo Dia.

O texto de Marcos 7.6-9 é um texto claramente aplicável ao nosso contexto natalino. Antes que alguém tente fazer oposição afirmando que eu estou fora de contexto vamos esclarecer algumas coisas. 

Primeiro, ao citar Isaias 29.13, Cristo mostra como os princípios aqui usados são aplicáveis a todas as épocas em que as circunstâncias sejam parecidas, e não apenas limitado ao contexto da controvérsia dEle com os fariseus, e isso se dá pelo fato que tanto o contexto de Isaías e o de Cristo, assim como também o nosso a essência da questão é a mesma, pessoas que estão honrando a Deus apenas com os lábios e não de coração e que estão envolvidas com idolatria e superstição, é sabido que o contexto de Isaías é de repreensão sobre a idolatria do povo, e no nosso texto Cristo deixa claro que a tradição dos anciãos citada pelos fariseus era antes de mais nada supersticiosa, por isso é aplicável a nós também, pois o natal também é uma tradição supersticiosa inventada por homens mesmo que seja assim como a tradição dos anciãos criada para honrar a Deus. 

Segundo, no texto de Marcos, os Fariseus estavam colocando as tradições deles acima do mandamento, Cristo mostra um mandamento específico que eles quebravam por causa de outra tradição. Ele cita o quinto mandamento, todavia podemos expandir o conceito entendendo que as expressões “o mandamento de Deus” sejam mais abrangentes referindo-se a totalidade dos mandamentos, essa perspectiva é sustentada pelo comentarista bíblico William Hendriksen que afirma que Cristo pode também ter usado a expressão no sentido genérico, com o singular representando a totalidade dos mandamentos.[1] Além do mais, sabemos que tudo que foi escrito é para salvação, uso e edificação da igreja em todas as épocas, logo esse texto tem algo a ensinar para a igreja na presente era. A lição clara é que uma tradição humana não instituída por Deus e nem sustentada na sua Palavra pode se tornar imperativa para o povo de Deus, todavia é terrivelmente pior quando ela suplanta um mandamento e se torna mais importante do que ele.

Perceba que o texto de Marcos nos diz como o mandamento foi rejeitado em detrimento da tradição, o texto nos diz “Jeitosamente rejeitais o preceito de Deus para guardardes a vossa própria tradição.” Perceba, é de forma sorrateira, falaciosa e meticulosa, geralmente vem em uma roupagem piedosa, no natal por exemplo vem sempre na expressão “celebrar a encarnação do verbo” quem se oporá? Contudo meu caro irmão, não se deixe encantar pela linguagem doce e de aparente piedade, a tradição não pode apagar o mandamento.

Eu sei, todo ano é a mesma coisa e o mesmo debate acerca do natal, todavia esse ano é mais sério assim como acontece em alguns anos específicos em que o natal cai no Domingo, então, eu acredito que devido a isso fica mais claro que o contexto que nos encontramos é similar ao de Jesus no texto de Marcos 7.6-9. Temos um grupo de pessoas com uma tradição a ser observada e que durante muito tempo foi observada, e temos no lado oposto a lei de Deus sendo rejeitada jeitosamente por causa de tal tradição; tudo bem serei mais claro, temos hoje o natal que tem se tornado jeitosamente mais importante que o Dia do Senhor, ao ponto que amanhã a memória do Dia do Senhor será até mesmo apagada por causa dele. Por causa disso mostrarei alguns pontos em que o natal tem substituído o Dia do Senhor e depois mostrarei porque o Dia do Senhor sempre será exclusivo e superior ao natal.

O Natal é mais aceito e observado que o Dia do Senhor. Apesar de ser sabido que o natal não foi instituído na Escritura e que a Igreja primitiva não o celebrava, o fato é que o natal hoje é mais amplamente aceito que o Dia do Senhor, mesmo esse tendo sido instituído por Deus (Gn 2.3; Ex 20.8-11; At 20.7; Ap 1.10). Em nossas igrejas presbiterianas de tradição confessional puritana insular nem sempre é fácil falar acerca do Dia do Senhor, mesmo ele sendo defendido em nossos símbolos de fé [CFW 21; CM 115-121], há sempre em alguma medida oposição, contudo, em relação ao natal só haverá oposição se alguém se manifestar contra a celebração natalina. Caro leitor, isso é tão triste, de pensar que em uma época não tão remota, onde o evangelho verdadeiro foi abraçado por uma nação inteira, excelentes pastores escreveram um documento para orientar o culto reformado e nesse documento encontramos o inverso do que acontece hoje, havia aversão ao Natal e amor ao Dia do Senhor, leia você mesmo caro amigo:

“Na Bíblia não há nenhum dia que seja ordenado para ser guardado como santo sob o evangelho, senão o Dia do Senhor, que é o Sábado Cristão. Os dias de festa, comumente chamados de dias Santos, não tendo base na Palavra de Deus, não devem ser continuados. ”[2]

O natal se tornou mais importante para muitos do que o Dia do Senhor. As igrejas de modo geral se preparam para o natal, geralmente trabalham o ano inteiro para o natal, muitas igrejas giram em torno desse dia. Todavia em relação ao Dia do Senhor nem todos tem o mesmo ânimo e preparação, não, não há aquela mesma alegria descrita na introdução desse texto, não há toda aquela preparação para véspera, o que há é desleixo, falta de amor pelas coisas do Senhor. O natal é mais importante para muitos do que o Dia do Senhor e isso é provado quando o Natal se dá em um Domingo, você caro leitor sabe disso, os pastores não tratarão esse Domingo como mais um Dia do Senhor com toda a honra que é merecida, antes darão essa honra de modo ainda mais especial ao natal.

O natal se tornou mais importante do que o Dia do Senhor por causar maior deleite do que o Dia do Senhor. Tudo muda em torno do natal, há mais alegria, união e deleite do que em qualquer outro dia, cada natal é vivido da forma mais profunda e memorável possível, é sem dúvidas, um dia de grande prazer vivido na companhia de amáveis pessoas. O problema é que o Dia do Senhor deveria ser o momento de maior deleite na vida do povo de Deus, e isso foi requerido pelo o próprio Deus em Isaias 58.13-14 e sobre isso veremos mais adiante. 

Apesar de o natal ter se tornado, na atualidade, mais importante que o Dia do Senhor para muitos, o fato é que para aqueles que honram e temem a Deus verdadeiramente nenhum dia será mais importante do que aquele que o SENHOR mesmo instituiu, com isso não quero dizer que todos que celebram o natal não temem a Deus verdadeiramente, antes quero dizer que esses amarão muito mais o Dia do Senhor e que amanhã é um excelente dia para demonstrar onde está nossa lealdade, se é ao mandamento de Deus ou à tradição dos homens? Abaixo eu apresentarei alguns motivos que considero ser o Dia do Senhor mais importante que o Natal.

O Dia do Senhor é o único dia instituído por Deus na sua palavra para ser observado pela igreja, você pode considerar o natal tão importante quanto queira, todavia, nunca terá o selo da instituição divina sobre ele, antes toda sua autoridade será apenas individual e da igreja à parte da Palavra de Deus, e sem a autorização da Santíssima Palavra, a Igreja não pode instituir nenhum dia santo, pois como bem afirmou James Bannerman “as escrituras que São a Regra para o exercício do poder da igreja, proíbem a indicação de dias santos por parte da igreja.”[3]

O Dia do Senhor sempre será o mais especial de todos os dias, e isso repousa na autoridade dAquele que o santificou. O fato de Deus separar um dia entre sete coloca todos os demais dias em pé de igualdade e esse dia santo em relevo. Todos os demais dias são iguais, apenas o Dia do Senhor é santo e por isso separado. Em Genêsis 2.2-3 lemos que Deus abençoou e santificou o sétimo dia, quem abençoou e santificou o Natal? A Igreja Católica Romana? Você não vê meu caro irmão, quão pecaminoso é dar a honra devida ao Shabat a esse dia inventado e santificado pelos homens?

O Dia do Senhor é superior ao natal porque foi exclusivamente separado e santificado por Deus desde sua origem, enquanto o “natal cristão” além de não ter sido instituído por Deus foi uma adaptação ou conversão de um dia dedicado aos ídolos para ser dedicado ao Senhor, isso nos lembra as palavras do Senhor aos israelitas antes de entrarem na terra prometida, foi exatamente o que Deus ordenou que eles não fizessem, isto é, que eles não imitassem a adoração que os pagão dedicavam aos seus ídolos, mesmo que fossem para serem dedicadas a Ele, Deus afirmou que consideraria abominação ser adorado por meios não determinado por Ele e, que além do mais, tivessem sido empregado aos falsos deuses. Veja você mesmo o que Deus disse ao povo:

“[...] guarda-te, não te enlaces com imitá-las, após terem sido destruídas diante de ti; e que não indagues acerca dos seus deuses, dizendo: Assim como serviram estas nações aos seus deuses, do mesmo modo também farei eu. Não farás assim ao SENHOR, teu Deus, porque tudo o que é abominável ao SENHOR e que ele odeia fizeram eles a seus deuses, pois até seus filhos e suas filhas queimaram aos seus deuses.” (Dt 12:30-31 ARA)

Ora, meu caro irmão, você não tem como fugir do fato que o Natal tem uma origem pagã e idólatra e você ousa honrar o SENHOR oferecendo esse dia como fogo estranho a Ele? Não é mais seguro se deleitar no dia que Ele mesmo designou para nosso descanso e para sua adoração? Dia esse que foi separado e santificado por Ele e que é por causa de Cristo um dia de graça? Não tenha dúvida, apenas o Domingo poderá ser chamado Dia do SENHOR, o natal na melhor das hipóteses será um dia controvertido sem sustentação bíblia e sem a certeza de que foi separado e santificado pelo próprio Deus.

O Dia do Senhor é superior ao natal por ser baseado em uma verdade, enquanto o natal está baseado em uma mentira. Cristo realmente ressuscitou em um Domingo, a igreja cristã realmente se reunia nesse dia (At 20.7; 1 Co 16.1; Ap 1.10), entretanto o Natal repousa em um solo falso, primeiro em sua origem pagã, e em segundo lugar, em sua origem cristã, Jesus não nasceu no dia 25, celebrar o nascimento dEle nesse dia é celebrar uma mentira, mesmo que o objeto celebrado seja verdadeiro, entrementes, manter essa data é manter uma mentira, que inclusive todo ano precisa ser desmentida, até mesmo, pelos que celebram o natal, pois até eles sentem a necessidade de sustentar que Jesus não nasceu em 25 de dezembro. Sim! é isso mesmo, é celebrar uma mentira, mesmo que seja para mantê-la pela razão certa, e fazer isso é afirmar de forma enrustida que os fins justificam os meios, é a tentativa frustrante de tentar cobrir o sol com a peneira. O Espírito que habita em nós é o Espírito da verdade [Jo 14.16,17], a igreja de Cristo é chamada o Baluarte da verdade [1Tm 3.15] e é nossa obrigação falar a verdade [Ef 4.15], logo o Dia do Senhor é superior e mais compatível com nossa realidade em Cristo por ser verdadeiramente um dia Santo e determinado por Deus, enquanto que o natal é mais compatível com o pai da mentira.

O Dia do Senhor é superior ao natal porque há promessas e bênçãos de Deus relacionadas a esse dia e não há nenhuma relacionada ao natal, na realidade é perigoso haver algum juízo, mas como a Escritura nada diz acerca do natal é melhor silenciar quanto a esse ponto. Entretanto acerca do Santo Dia do Senhor há lindas promessas e uma esperança escatológica. Sim! Isso mesmo, leiamos Isaías 58.13-14 e vejamos o que Deus nos promete com relação a esse Santo Dia: 

“Se desviares o pé de profanar o sábado e de cuidar dos teus próprios interesses no meu santo dia; se chamares ao sábado deleitoso e santo dia do SENHOR, digno de honra, e o honrares não seguindo os teus caminhos, não pretendendo fazer a tua própria vontade, nem falando palavras vãs, então, te deleitarás no SENHOR. Eu te farei cavalgar sobre os altos da terra e te sustentarei com a herança de Jacó, teu pai, porque a boca do SENHOR o disse. (Is 58:13-14 ARA)

Esse texto se encontra em um contexto que trata da nova aliança, esses princípios valem para todo o povo de Deus, Isaías já havia falado da entrada dos gentios na aliança, por isso aqui encontramos um excelente texto para defender a guarda do Dia do Senhor na nova dispensação do pacto, que como sabemos, é o mesmo em ambas as dispensações. Para resumir, o que achamos aqui é uma promessa de deleite nos benefícios do evangelho por ocasião da guarda do Dia do Senhor, Dia esse de Graça onde os benefícios de Jesus se tornam ainda mais notórios, Deus promete santificação e vitória sobre o pecado por esse bendito meio de graça que é o Dia do Senhor, para termos uma melhor compreensão do que está sendo dito aqui faço uso das palavras do pastor Joseph Pipa ao parafrasear essa passagem, ele diz que nessa passagem é como se Deus estivesse jurando solenemente do seguinte modo:

“Se você quer se deleitar em mim, se você quer esse especial prazer e vitória, pare de profanar o meu dia; antes chame-o de dia alegre. Honre-o deixando de seguir seu próprios caminhos, de buscar seus próprios prazeres, de falar suas próprias palavras.”[4]

Você pode dizer isso do Natal? Há algo profundo assim prometido por ocasião dessa data? Então meu caro irmão, não se deixe enganar, o Dia do Senhor é superior a festividade natalina, e mais, há uma esperança anexada a esse dia, o nosso SENHOR Jesus voltará, ele que é o nosso descanso voltará para celebrarmos o eterno dia do SENHOR, o nosso eterno descanso [Hb 4], então pare de vituperar esse Santo Dia e dê a honra devida a ele, e não a outro dia que o SENHOR não honrou.

Enfim, em todos os Dias do SENHOR o próprio Cristo por meio do seu ofício profético fala conosco por meio de sua Palavra de modo especial na pregação, em seu ofício sacerdotal está intercedendo por nós a direita de Deus Pai que por meio de Jesus aceita o nossa adoração, em seu Ofício Real está nos governando, nos guiando e está presente conosco, sim o nosso Rei se faz presente e estará espiritualmente presente em cada culto solene a cada Dia do Senhor como não está e nem estará em nenhum outro momento antes de sua volta, afinal, não esqueça que Ele ama mais as portas de Sião do que todas as habitações de Jacó (Sl 87.2), por isso nenhum outro dia pode roubar a glória do Domingo.

Que esse dia 25 seja especial, não por ser natal, antes, por ser o Dia do SENHOR. Não faça a ceia de natal a meia noite, antes faça sua janta em família como sempre fez as 20 horas em seguida pegue sua bíblia chame seus familiares e preparem seus corações para o lindo dia de amanhã, o Dia do SENHOR.

Por: Paulo Ricardo Dias Ferreira

Soli Deo Gloria 


[1] HENDRIKSEN, William. Comentário do Novo Testamento, Marcos. Cultura Cristã, 2003, p.354

[2] Diretório de Culto de Westminster. Editora Os Puritanos, 2000, p.66

[3] BANNERMAN, James. A Igreja de Cristo. Os Puritanos, p.411

[4] PIPA, Joseph. O Dia do SENHOR. São Paulo: Os Puritanos, p.25

domingo, 6 de abril de 2014

Eu não Quero Ser um Pastor...

Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade. (2 Timóteo 2.15)
Eu não quero ser um pastor que ama mais a si mesmo, suas paixões e suas cobiças do que ao SENHOR e que não anela de afeições pelo o Deus santíssimo e não anseia glorifica-Lo, mesmo que isso traga danos a esse corpo e a essa vida.

Eu não quero ser um pastor que pela a graça não luta contra seu pecado com todo ódio a esse terrível mal. Sei que não existe um pastor sem pecado, mas que o SENHOR me livre de ser um pastor que acomoda a iniquidade e nutre ela em sua vida, que além de não mais lutar contra o pecado, o protege e o ama.

Eu não quero ser um pastor que por não lutar contra o pecado, seja dominado pelo o orgulho, egoísmo e a soberba, ou que, venha amar o louvor humano, a tal ponto que, o desejo de ser lisonjeado domine meu ministério, e assim, eu tome para mim a glória que deve ser dada a Cristo e a ELE somente; ou ainda, que eu me encha de inveja e ira quando aparecer alguém que me supere em dons, habilidades e trabalho. Não! Eu não quero ser um pastor assim.

Eu não quero ser um pastor tomado por tal cegueira, ao ponto de, não perceber que minhas maldades já se tornaram notórias aos olhos da igreja e do mundo; e que mesmo assim, eu venha condenar com todo ódio e punir de modo implacável os meus pecados nos outros, enquanto ignoro os meus.

Eu não quero ser um pastor que seja injusto e parcial, isto é, que use dois pesos e duas medidas no meu tratamento com as ovelhas, tendo medo dos poderosos, e sendo comprado por eles, e ao mesmo tempo usando de crueldade contra os humildes e sem influência.

Eu não quero ser um pastor que seja mais amigo dos que trazem benefícios e privilégios terrenos que só seduzem uma alma apegada ao mundo, do que ser amigo daqueles que nada podem me oferecer, exceto o crescimento em devoção e santidade, o que é infinitamente melhor.

Eu não quero ser um pastor que seja covarde e tenha medo de confrontar o pecado, mesmo que seja dos poderosos e influentes, e que não tenha coragem de disciplinar os que precisam ser endireitados, independente da influência ou posse.

Eu não quero ser um pastor que seja covarde e tenha medo de ser odiado por proclamar a verdade e denunciar a mentira, e que por isso aceite o erro por medo de confronta-lo. E que por motivos egoístas, em algum ponto favoreça a injustiça e menospreze a verdade.

Eu não quero ser um pastor que persiga os piedosos e os amantes da verdade quando eles perceberem algum pecado e a promoção dele em minha vida, e que para me ver livre desses piedosos, por serem incômodos ao meu ministério, eu venha persegui-los, maltrata-los e os abandoná-los, ou ainda jogar a igreja contra eles.

Eu não quero ser um pastor que quando perseguido se encha de amargura e ódio, que não perdoe e sofra o dano, mas que carregue ira e indignação e sinta satisfação com a queda e ruína dos meus opositores.

Eu não quero ser um pastor apegado ao mundo, nem tampouco avarento, ao ponto de ser servo do dinheiro e das riquezas, e muito menos hedonista buscando o prazer pelo prazer, ou que venha ser dominado pelo entretenimento e por causa dele venha fazer a obra do SENHOR relaxadamente.

Eu não quero ser um pastor que não tenha amor pelos perdidos, e não nutra em seu coração o desejo de que os eleitos encontrem a salvação e que o nome de Cristo seja glorificado por toda terra.

Eu não quero ser um pastor que não ama estudar, ao ponto de, se fatigar ao fazê-lo; e que não zele pela a doutrina, pelo o culto, disciplina, oração e pela a vida da igreja.

Eu não quero ser um pastor que não zele por sua família guiando sua esposa e filhos por meio da Escritura, orando sempre com eles e por eles em uma santa devoção no cuidado de que eles amem ao SENHOR acima de tudo.

Enfim, eu não quero ser um pastor, se tudo que eu for, seja apenas mais um pastor, como a grande maioria é. 

Eu quero ser um pastor que deseja glorificar a Deus acima de tudo e de si mesmo, ao ponto de, pela graça se entregar totalmente ao SENHOR, e fazer isso no sagrado ministério e ser consumido pela a obra que me foi, ou será, confiada.

Se não for para ser um pastor assim, eu não quero ser um pastor!


Soli Deo Gloria


Paulo Ricardo Dias Ferreira



segunda-feira, 22 de novembro de 2010

TEXTO DO REV. AUGUSTUS NICODEMUS SOBRE A LEI ANTI-HOMOFOBIA


Manifesto Presbiteriano sobre a Lei da Homofobia
Leitura: Salmo 1

     O Salmo 1, juntamente com outras passagens da Bíblia, mostra que a ética da tradição judaico-cristã distingue entre comportamentos aceitáveis e não aceitáveis para o cristão. A nossa cultura está mais e mais permeada pelo relativismo moral e cada vez mais distante de referenciais que mostram o certo e o errado. Todavia, os cristãos se guiam pelos referenciais morais da Bíblia e não pelas mudanças de valores que ocorrem em todas as culturas.
 

     Uma das questões que tem chamado a atenção do povo brasileiro é o projeto de lei em tramitação na Câmara que pretende tornar crime manifestações contrárias à homossexualidade. A Igreja Presbiteriana do Brasil, a Associada Vitalícia do Mackenzie, pronunciou-se recentemente sobre esse assunto. O pronunciamento afirma por um lado o respeito devido a todas as pessoas, independentemente de suas escolhas sexuais; por outro, afirma o direito da livre expressão, garantido pela Constituição, direito esse que será tolhido caso a chamada lei da homofobia seja aprovada.
 

      A Universidade Presbiteriana Mackenzie, sendo de natureza confessional, cristã e reformada, guia-se em sua ética pelos valores presbiterianos. O manifesto presbiteriano sobre a homofobia, reproduzido abaixo, serve de orientação à comunidade acadêmica, quanto ao que pensa a Associada Vitalícia sobre esse assunto:
 
    "Quanto à chamada LEI DA HOMOFOBIA, que parte do princípio que toda manifestação contrária ao homossexualismo é homofóbica, e que caracteriza como crime todas essas manifestações, a Igreja Presbiteriana do Brasil repudia a caracterização da expressão do ensino bíblico sobre o homossexualismo como sendo homofobia, ao mesmo tempo em que repudia qualquer forma de violência contra o ser humano criado à imagem de Deus, o que inclui homossexuais e quaisquer outros cidadãos.
 

     Visto que: (1) a promulgação da nossa Carta Magna em 1988 já previa direitos e garantias individuais para todos os cidadãos brasileiros; (2) as medidas legais que surgiram visando beneficiar homossexuais, como o reconhecimento da sua união estável, a adoção por homossexuais, o direito patrimonial e a previsão de benefícios por parte do INSS foram tomadas buscando resolver casos concretos sem, contudo, observar o interesse público, o bem comum e a legislação pátria vigente; (3) a liberdade religiosa assegura a todo cidadão brasileiro a exposição de sua fé sem a interferência do Estado, sendo a este vedada a interferência nas formas de culto, na subvenção de quaisquer cultos e ainda na própria opção pela inexistência de fé e culto; (4) a liberdade de expressão, como direito individual e coletivo, corrobora com a mãe das liberdades, a liberdade de consciência, mantendo o Estado eqüidistante das manifestações cúlticas em todas as culturas e expressões religiosas do nosso País; (5) as Escrituras Sagradas, sobre as quais a Igreja Presbiteriana do Brasil firma suas crenças e práticas, ensinam que Deus criou a humanidade com uma diferenciação sexual (homem e mulher) e com propósitos heterossexuais específicos que envolvem o casamento, a unidade sexual e a procriação; e que Jesus Cristo ratificou esse entendimento ao dizer, "desde o princípio da criação, Deus os fez homem e mulher" (Marcos 10.6); e que os apóstolos de Cristo entendiam que a prática homossexual era pecaminosa e contrária aos planos originais de Deus (Romanos 1.24-27; 1Coríntios 6:9-11).
 
     A Igreja Presbiteriana do Brasil MANIFESTA-SE contra a aprovação da chamada lei da homofobia, por entender que ensinar e pregar contra a prática do homossexualismo não é homofobia, por entender que uma lei dessa natureza maximiza direitos a um determinado grupo de cidadãos, ao mesmo tempo em que minimiza, atrofia e falece direitos e princípios já determinados principalmente pela Carta Magna e pela Declaração Universal de Direitos Humanos; e por entender que tal lei interfere diretamente na liberdade e na missão das igrejas de todas orientações de falarem, pregarem e ensinarem sobre a conduta e o comportamento ético de todos, inclusive dos homossexuais.
 

     Portanto, a Igreja Presbiteriana do Brasil reafirma seu direito de expressar-se, em público e em privado, sobre todo e qualquer comportamento humano, no cumprimento de sua missão de anunciar o Evangelho, conclamando a todos ao arrependimento e à fé em Jesus Cristo".
 

Rev. Dr. Augustus Nicodemus Gomes Lopes
Chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie